O Tabaco
O consumo de tabaco é, hoje, nos Países desenvolvidos, a principal causa de doença e de mortes evitáveis, sendo responsável por cerca de 20% do total de mortes verificadas anualmente nos países desenvolvidos.
Segundo dados da OMS, cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem anualmente, em todo o mundo, em resultado deste hábito.
Repercussões do Tabaco na Saúde
Uma vez iniciado o consumo de tabaco, rapidamente se transforma numa dependência (física e psíquica). Esta dependência é provocada por uma droga psicoactiva - a nicotina - presente na folha do tabaco.
O fumo do tabaco contém mais de quatro mil compostos químicos, dos quais mais de quarenta são reconhecidos como carcinogéneos - nitrosaminas, acetaldeídos, cloreto de vinilo, arsénico, chumbo, níquel, cádmio, benzopirenos, estireno, entre outros. Aos produtos do tabaco são também adicionadas diversas substâncias, como a amónia, cacau, glicerina, mentol, baunilha, aromatizantes, entre outras, cujas consequências para a saúde, uma vez queimadas e inaladas, nem sempre são bem conhecidas.
O tabagismo não é factor de risco apenas para o próprio fumador, mas também para aqueles que, não sendo fumadores, se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo.
Quais as consequências deste consumo?
Fumar um cigarro provoca um aumento do ritmo cardíaco, da frequência respiratória e da tensão arterial e tudo isso produz um aumento do tónus do organismo.
Ao inalar o fumo, a nicotina actua no cérebro de forma quase imediata provocando uma acção satisfatória no indivíduo; a sua prática reiterada acaba por consolidar-se no comportamento do fumador. A partir daí pode falar-se em dependência da nicotina.
Mesmo sendo, a nicotina, uma substância estimulante, a maior parte dos fumadores considera que relaxa; isso deve-se, uma vez criado o hábito, ao facto de o cigarro acalmar a ansiedade provocada pela sua falta.
Efeitos a longo prazo
- Aparelho respiratório
O fumo do Tabaco produz uma acção irritante sobre as vias respiratórias, provoca uma maior produção da mucosidade e dificuldade em eliminá-la. A irritação contínua provoca a inflamação dos brônquios (bronquite crónica).
As secreções dificultam a passagem do ar, originando a obstrução crónica do pulmão e graves complicações (enfisema pulmonar).
Diminuição da capacidade pulmonar: os fumadores têm menor resistência física e cansam-se mais.
É indubitável a relação causa-efeito entre o tabaco e o cancro do pulmão. Existe uma forte relação entre o risco de desenvolver esta patologia e os seguintes factores: a quantidade de tabaco consumido, a idade de iniciação, o número de aspirações dadas por cada cigarro e o costume de manter o cigarro na boca entre uma e outra aspiração.
- Aparelho circulatório
O Tabaco é um factor de risco muito importante no que se refere às doenças cardiovasculares; a sua acção provoca arteriosclerose, que favorece o desenvolvimento de transtornos vasculares (exemplo: trombose e enfarte do miocárdio).
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Tabaco e gestação
Numerosos estudos indicam que o tabagismo materno influi no crescimento do feto, especialmente no peso do recém-nascido.Esta substância origina um aumento dos índices de aborto espontâneo, complicações na gravidez e no parto e nos nascimentos prematuros.
Outras consequências do consumo de tabaco
Sem fazer uma enumeração exaustiva, alguns dos efeitos mais comuns nos fumadores crónicos são:
- Úlceras digestivas
- Aparecimento de faringite e laringite, afonia e alterações do olfacto
- Pigmentação da língua e dos dentes, assim como a disfunção das papilas gustativas, etc.
- Cancro de estômago e da cavidade oral.
Quais são os sintomas da potencial dependência?
Existe tolerância a alguns dos efeitos da nicotina, como náuseas, vómitos e enjoos.
Não existe tolerância no aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.
A omissão súbita dos índices de nicotina no sangue produz uma sintomatologia que evidencia a síndrome de abstinência tabagística, que se apresenta da seguinte maneira:
- · Intranquilidade ou excitação;
- · Aumento da tosse e da expectoração;
- · Ansiedade;
- · Agressividade;
- · Má disposição;
- · Dificuldade de concentração que pode diminuir a atenção na condução de veículos;
- · Aumento do apetite e do peso corporal e,
- · Diminuição da frequência cardíaca.
A nicotina é uma substância muito aditiva, como o demonstra a enorme quantidade de indivíduos no mundo que dependem desta substância e a dificuldade em alcançar a abstinência, inclusive para os que já têm graves complicações físicas.
Fonte: Portal da Saúde; Instituto da Droga e Toxicodependência; Sociedade Portuguesa de Pneumologia