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Violência no namoro
Existe violência quando, numa relação amorosa, um exerce poder e controlo sobre o outro, com o objectivo de obter o que deseja.
A violência nas relações amorosas surge quando:
Os jovens pensam que:
- têm o direito de decidir determinadas coisas pela(o) namorada(o);
- o respeito impõe-se;
- ser masculino é ser agressivo e usar a força;
- as raparigas acreditam que:
- as crises de ciúme e o sentimento de posse do namorado significam que ele a ama;
- são responsáveis pelos problemas da relação;
- não podem recusar ter relações sexuais quando ele deseja
A violência não conhece fronteiras de estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, etc, e ocorre em todos os casais (hetero e homossexuais).
Porque é que uma jovem mantém uma relação de namoro violenta?
Normalmente a violência não é uma constante na relação, acontece ocasionalmente, e após o episódio de violência existe a chamada fase de “lua-de-mel”. Nesta fase o agressor procura desculpabilizar-se e desresponsabilizar-se, pedindo desculpa, oferecendo presentes e prometendo que a violência não voltará a acontecer.
As razões pelas quais os jovens mantêm uma relação de namoro violenta são várias, entre as quais:
- Gostar realmente do(a) namorado(a), querer que a violência acabe e não o namoro, e acreditar que poderá mudá-lo(a).
- A pressão do grupo:
- Aquilo que as nossas amigas e amigos pensam sobre nós tem muita importância e gostamos de sentir que somos aceites.
- Os namorados normalmente partilham o mesmo grupo de amigas e amigos, o que é que o grupo vai fazer se terminar o namoro? Vai escolher ficar do lado dela ou dele? E se não acreditarem nela (e), ao saberem os motivos que a(o) levaram a terminar a relação? E se escolherem ficar do lado dele (a)?
- A vergonha (por exemplo: de contar à família e amigas/os o que se está a passar).
- O medo (por exemplo: das represálias, perseguições, ameaças)
É preciso muita coragem para terminar uma relação que não é violenta, torna-se ainda mais difícil quando se trata de uma relação violenta e abusiva.
Quais as consequências de uma relação violenta?
A violência no namoro tem consequências graves em termos de saúde física e mental para os jovens, tais como:
- Perda de apetite e emagrecimento excessivo
- Dores de cabeça
- Nódoas negras
- Queimaduras (ácido, pontas de cigarro)
- Nervosismo
- Tristeza
- Ansiedade
- Sentimentos de culpa
- Baixa auto-estima
- Confusão
- Depressão
- Isolamento
- Gravidez indesejada
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Baixa dos rendimentos escolares ou abandono escolar
- Suicídio
O que posso fazer se um(a) amigo(a) estiver envolvido(a) numa relação de namoro violenta?
Se queres apoiar o(a) teu(tua) amigo(a), é muito importante que ele(a) perceba que está a viver uma relação amorosa violenta. Podes dizer-lhe que:
- a violência é um crime punível por lei;
- ele(a) tem direito a viver sem violência e a ser respeitado(a) pela(o) namorada(o);
- procure alguém com quem falar sobre o assunto e que o(a) possa auxiliar e informar (familiar, professor/a, psicólogo/a da escola, associações).
Se pensas que o(a) teu(tua) amigo(a) se encontra numa situação de perigo iminente e que não consegue falar com ninguém, diz-lhe que vais procurar apoio de alguém de confiança.
O fim da relação não significa o fim da violência. Por vezes, a(o) ex-namorada(o) não aceita o fim da relação, continuando a perseguir e a controlar todos os passos que o(a) ex-namorado(a) dá.
Daí que seja importante ter em conta algumas medidas de segurança:
- Mudar o número de telemóvel;
- Mudar de e-mail;
- Mudar a fechadura do cacifo da escola;
- Procurar caminhos alternativos para os locais que habitualmente frequentas;
- Procurar andar acompanhado(a);
- Falar da situação com pessoas de confiança que possam apoiar em situações de emergência;
- Manter um diário sobre as situações de violência que ocorreram;
- Gravar no telemóvel os contactos necessários em caso de emergência (112, polícia local, pessoa de confiança)
GOSTAR NÃO É CONTROLAR!
CIÚMES NÃO SÃO AMOR!
QUEM AMA CONFIA E RESPEITA!
DIZ NÃO HÁ VIOLÊNCIA NO NAMORO!
Serviços de apoio
- Linha de Emergência Social. Serviço de apoio gratuito, funciona pelo telefone, através do número 144 – 24 horas por dia. Proporciona alojamento de emergência e encaminha para recursos na comunidade;
- Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
Serviço de informação, anónimo, confidencial e gratuito, funciona pelo telefone, através do número 800 202 148 - 24 horas por dia.
- APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares.